Nasci no dia
22/03/1968 no Hospital da Asa Sul (L2 sul), onde nasciam as crianças na época.
Meu pai e minha mãe moravam na QNJ 02 Taguatinga, vieram transferidos de um
acampamento que existia do lado da Concha Acústica.
As primeiras músicas das
quais me lembro foram as de Roberto Carlos, que meu pai ouvia no seu karmann-ghia
de cor Laranja. Na época eles ouviam também
Odair José e Evaldo Braga dentre outros. No carro do meu pai tinha um Motoradio
AM.
Então mudamos para o
Cruzeiro Novo, eu já devia ter uns 6 anos de idade, depois fomos para o Guará e
voltamos para o Cruzeiro. Nessa época meu pai já era agente de polícia e veio
trabalhar em Taguatinga (12ª DP). Eu já estava com 12 anos e mudamos para lá em
1980.
Tive a sorte de mudar
para C-3 no centro de Taguatinga quando conheci uma família de figuraças que
morava na esquina: A família Vieira. Eu gostava muito de jogar futebol e como
meu pai trabalhava na 12ª DP, havia lá uma quadra de futebol de salão onde eu
comecei a conhecer a vizinhança.
Ficávamos na esquina
da minha rua conversando com meus amigos do futebol. De repente, no passar dos
anos, comecei a ver pessoas diferentes transitar por lá. Cabelos espetados,
roupas esquisitas e vários alfinetes espalhados pelo corpo. Nesta época eu já
ouvia Beatles, Zé Ramalho, Peter Frampton entre outros. Tenho um irmão, o
Marco, ele é 2 anos mais velho que eu e me apresentou essas pérolas. Taguatinga
nesta época estava numa miscigenação total, playboys, punks e funkeiros estavam
todos juntos e misturados!!!
Então conheci um cara
chamado Sérgio Bolacha. Eu já devia ter uns 16 anos. Ele tocava em uma banda
chamada Núcleo de Custódia que estava
começando a aparecer no cenário musical de Brasília, passei então a
acompanha-lo. Então resolvi tocar baixo, porque eu era muito fã do Negrette
(Légião Urbana) e queria ser igual a ele.
Montamos um projeto
chamado Órfão da Nação, onde tinha o
Marcelo (Lúcio Flávio) na guitarra,
Sergio Bolacha (Núcleo de Custódia)
no vocal, (detalhe: ele era baterista do Núcleo),
Fred Bocão (Lúcio Flávio) na bateria,
e eu começava a tocar baixo. Então continuei frequentando esquina da rua,
quando passou o PC Cascão (Detrito
Federal) e ao contar pra ele que tinha montado uma banda de Rock, ficou
felizaço e começou a me chamar para as festa e shows no Plano Piloto e no Rolla
Pedra. E a partir daí, nunca mais parei de tocar. Já são 27 anos.
Toquei nas bandas Órfãos da Nação, Núcléo de Custódia, BSB-H,
Detrito Federal, Finnis Africae e atualmente na Soñadora.
Órfãos da Nação – Formação : Sergio Bolacha (vocal),
Marcelo Queiroz (Guitarra), Fred Bocão (Bateria) e Paulo delegado (Baixo). Tocávamos um punk rock cru tipo 4 por 4. A
banda durou cerca de 1 ano. Isso foi por volta de 1986. Fizemos vários shows em
Taguatinga e Paracatu. Entre eles posso destacar no Teatro da Praça, Clube Nipo
Brasileiro e numa boate em Taguatinga chamada 2 + 2.
Núcleo de Custodia – Formação: Marcelo Jabá (vocal),
Grillo (guitarra), Sérgio Bolacha (bateria) e Paulo Delegado (baixo). Entrei no
lugar do Beto Punk. A banda já tinha nome e já tinha estrada. Tive o prazer de
tocar duas vezes na FACULTA com a banda.
BSB-H – Formação: Alex Podrão (vocal), Grillo (guitarra), Sérgio
Bolacha (bateria) e Paulo Delegado (baixo). O Núcleo de Custodia já não andava bem, quase não ensaiávamos mais,
então o Bolacha foi tocar no BSB-H. A
banda já tinha gravado o primeiro disco (Ataque as Ordas do Poder) em SP por
uma gravadora independente mas, com nome forte no cenário nacional. Ela se preparava
para gravar o segundo disco quando teve vários problemas em sua formação, então
o Bolacha me chamou junto com o Grillo para fazermos parte do projeto. Pegamos
varias músicas do Órfãos da Nação e
juntamos com as do BSB-H. O LP se
chamou Órfãos da Nação (Essa musica foi feita pelo Fernandez – fundador do
Rolla Pedra . Gravado em 1989, foi o disco
de punk rock que considero um dos melhores do gênero gravado no Brasil.
BSB-H |
Graças ao BSB-H
pude tocar e conhecer vários estados no Brasil. Depois, já com outra formação
com o Joaquim e Luciano nas guitarras e eu, Alex Podrão, Sérgio Bolacha chegamos
a gravar mais um LP em 1992 chamado Extreme Convictions. No terceiro LP já anão
tocávamos mais punk rock e sim uma mistura de punk rock com metal que chamavam
de crossover e cantado em inglês. Chegamos a fazer vários shows em Brasília e
no resto do país. Depois de algum tempo, comecei a ouvir outras coisas e o BSB-H (apesar de ama-lo até hoje), estava
começando a me incomodar com o tipo de som. Então sai praticamente junto com o
Bolacha. Na verdade com a saída do dele,
acabei desanimando e foi a gota d’agua pra eu sair. Fiquei um tempo sem tocar,
quando recebi o convite de tocar na volta do Detrito Federal, que se tornara
uma banda de pop rock. Eu adorava o Detrito e nunca imaginei que seria possível
isso acontecer.
Detrito Federal – Formação: PC Cascão (vocal), Débora
(bateria), Romulo Jr. (Guitarra), Luis Asp (Guitarra), Victor Babu (Guitarra) e
Paulo Delegado (baixo). Foi uma época muito boa. Toquei no Abril pro Rock
(1997) em Recife um grande festival e no Porão do Rock. As coisas estavam
encaminhadas, o Renato Russo tinha acabado de dar uma música para a banda
chamada Fábrica 1, o Tom Capone, tinha produzido a musica. As coisas iam começar
a andar de verdade, de repente uma ação judicial nos impede de tocar com o nome
Detrito Federal. Mas isso é outra história...
Finnis Africae – Formação: Eduardo (vocais), José Flores (Guitarra), Portuga (Bateria)
Fui convidado para
fazer um show da volta do Finnis Afrocae
que aconteceu na Feira da Musica Independente na Sala Martins Pena do Teatro Nacional.
Foi outra realização pessoal, eu não acreditava que aquilo estava acontecendo.
Ainda teve a participação do Fellipe Seabra (Plebe Rude) e Loro Jones (Capital
Inicial). Cerca de 2 anos depois fui convidado novamente para tocar com o Finnis no Ferrock, um grande festival de
rock que acontece a mais de 20 anos na Ceilândia. Neste intervalo entre Detrito e Finnis, montei meu projeto de covers nacional e internacional dos
anos 70, 80 e 90.
bandasoñadora.com.br |
Banda Soñadora – Formação: Herlon Franklin (Vocal),
Marcelo Abreu (bateria), Edso di Carvalho (Guitarra) e Paulo Delegado (baixo).
Este projeto existe a 9 anos e vários artistas da cidade passaram por elecomo:
Dillo Daraújo, Celso Salim, Maurício Lavernaire, Tex, Daniel Baker. A banda
continua atuante animando festas corporativas,
aniversários, casamentos e casas noturnas. É onde eu consigo sair do
mundo real, onde trabalho como Analista de Sistemas.
Atualmente sou
produtor e músico da Banda Soñadora (banda cover dos anos 80 e 90), produzo
alguns artistas da cidade quando me procuram para uma consultoria de estúdios e
gravações, e sou DJ em várias festas de Brasília, tocando Pop Rock e Rock and
Roll.
Na minha concepção, infelizmente,
Brasília deixou de ser a capital do Rock faz muito tempo pois cada um foi para
seu lado. Ninguém ajuda ninguém!!! Todo mundo tem medo de perder espaço para
outra banda. Ninguém passa contato de ninguém...
Se você reparar, como
exemplo, nas bandas baianas, todo carnaval elas puxam uma novidade. Eles sabem
que precisam manter a indústria da musica lá. Se não, todo mundo vai vender coco
na praia. E isso não vai acabar nunca. Atualmente, para mim, Brasília é a
Capital do Choro.
Bela entrevista. Tive o privilégio de ver shows com todas essas bandas e concordo com o entrevista, que Brasília não é a capital do rock. Fico feliz por alguns instantes ver um blog com um pouco de interesse no passado cultural de Brasília (Rock).
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