segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Apresentação.

Blog contando ou registrando a História da Música de Brasília, abrangendo todos os estilos musicais aqui manifestados que, por sinal, são bastante diversos.

Polêmicas à parte, Brasília não é mais a “Capital do Rock”.  Hoje temos trabalhos que conquistaram destaque nacional e internacional, no rock com suas múltiplas variações, no chorinho, no jazz, no erudito, no sertanejo de raiz, no sertanejo pop, isso apenas num rápido olhar em volta.

Mas, o rótulo “Capital do Rock” ainda está presente no inconsciente coletivo nacional, ainda que contestado por estados como São Paulo e Rio de janeiro.

Na verdade isso data do chamado boom dos anos 1980, como conseqüência do esforço coletivo das gravadoras que focaram no gênero (rock e pop), para impulsionar o mercado fonográfico.  Aí veio a instituição do “jabá” e etc.. mas, isso já é outra conversa.

O fato é que o “Rock de Brasília” já existia desde os anos 1960 como em todo o mundo, e parte disso está registrada em discos de vinil para que não haja dúvidas.

Nos anos 1970 o Pop e o Progressivo também marcaram sua passagem por aqui, quando os shows aconteciam na Funarte, Colégio Elefante Branco, Caseb, Ginásio do Colégio Marista e outros.

Mas, nem só de Rock viveu Brasília, inaugurada em plena Bossa Nova. A UnB e a EMB garantiram o fomento do Erudito. Que o diga o Maestro Jorge Antunes, com destaque na Europa da sua música Clássico-Eletrônica, produzida no campus da UnB com parcos recursos técnicos e muita criatividade.

Para encerrar essa visão panorâmica do passado citemos as Marchinhas dos carnavais candango, compostas e gravadas aqui (Macaca Velha, Coração de Jacaré...), o Reggae de Renato Mattos e os populares pejorativamente chamados de Brega como Roberto Ney, Edelson Moura, Márcia Ferreira (Chorando Se Foi) e Sertanejos Autênticos como Advogado e Engenheiro, Zé Mulato e Cassiano e, bem vou parar por aqui, mas há muito o que contar.

Segundo os Historiadores, o passado deve ser estudado para nos ajudar a compreender o presente. A História examina o processo de mudanças ocorridas na sociedade além de se ocupar daquilo que, mesmo com o passar dos anos, não mudou, ou seja compreender também as permanências.

Esse Blog é o início da materialização (mesmo virtual) do sonho de registrar a História da música de Brasília (DF). Antes de mais nada, quero dizer que “enxergo” Brasília como o Distrito Federal, e os fatos demonstram que a música de Brasília não foi produzida apenas no Plano Piloto.

Tenho observado alguns trabalhos em que se pretendem contar a História do Rock de Brasília e o colocam como uma manifestação exclusiva da Elite Sociocultural. Posso afirmar com certeza pois eu presenciei, que o Rock de Brasília não nasceu na Colina da UnB.

Preciso esclarecer que não estou voltado apenas para o Rock e sim para a Música.  Hoje eu a vejo como uma manifestação capaz de despertar emoções variadas como: melancolia, euforia, sensação de paz, aproximação de Deus ou do outro e porque não? rir e, até dar verdadeiras gargalhadas.

Um tempo atrás, se me perguntassem que tipo de Música eu gostava eu tornaria minha a resposta do meu amigo e músico Teddy Amorim “gosto de rock e pouquíssima coisa a mais”. Sem contar que dentro do próprio Rock em alguns momentos elegi uns estilos e classifiquei outros como “lixo”, mesmo já tendo sido o eleito de outrora.

Depois que promovi a “abertura cultural musical” - se assim posso dizer – não tenho problemas com nenhum estilo de Música. Apenas me submeto às emoções que a Música específica (ou letra) me causar, a qual pode ser inclusive de repulsa total. Nem assim condeno nenhum estilo musical como um todo.

Voltando ao Blog, a idéia é abordar essa rica História da Música de Brasília contada por quem a fez ou a faz: músicos, compositores, produtores, donos de estabelecimentos, jornalistas, radialistas, produtores culturais e também o público consumidor que foi atingido pela manifestação musical.

Adotarei para isso uma metodologia encadeada em elos do presente para o passado como se navegássemos em um rio da sua desembocadura até à nascente.

Desde já agradeço a todos que desejem colaborar com essa empreitada