sábado, 25 de janeiro de 2014

JT - Cantor, Compositor e Produtor de Eventos


Bem, eu nasci em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, e minha primeira percepção da música foi no rádio, como muitos outros músicos. Eu ficava horas ouvindo os programas que tocavam as músicas das décadas passadas e me imaginava nas estória das letras. Era uma ideia meio louca , mas eu sempre entrava na música dessa forma. A Imaginação foi o que despertou em mim a vontade de subir em um palco. Eu sempre fui muito sonhador e, nada melhor do que um show para que você entre no seu mundo de sonhos.

Eu cheguei a Brasília no mês de abril de 1993 e a cena que busquei era toda voltada para o Gospel. Esse movimento estava começando naqueles anos e eu já vim de Maceió direto para fazer um teste em uma banda local chamada Kadesh, a convite do Pr. Zoroastro.  Ele havia me ligado falando que a banda era minha cara e estava sem vocal. Então eu disse “vou amanhã” e assustado ele falou “fala sério!”.
Desembarquei em Brasília dois dias depois e no dia seguinte me reuni com a banda, assumi os vocais e voltei a Maceió para casar e em seguida me mudar definitivamente para Brasília.
  
O primeiro show que eu assisti aqui em Brasília foi da banda Catedral e logo em seguida fui a um show da banda Livre Arbítrio, mas o que me deixava maluco eram os programas da Igreja Renascer que mostravam as bandas que se apresentavam no SOS da Vida, o maior festival de música gospel da época. Eu pirava geral com aqueles programas.  Então montaram uma caravana para ir ao SOS em São Paulo e eu fui junto.  Pronto!  Ali eu tive a certeza de que iria ser um músico profissional.

Na verdade eu montei 4 bandas. Duas em Maceió e duas em Brasília. A primeira foi uma banda gospel chamada Blues 126 que, como dizia o nome, era muito influenciada pelo Blues. A segunda foi The Windows que se apresentava em bares e tocávamos rock dos anos 1970. Quando vim para Brasília eu já entrei no Kadesh e depois veio JT e Banda, que se transformou no Metal Nobre.

Kadesh – Fernando Modesto (guitarra), Jack Garcia (teclado), Eudes (batera) e Marcelão (baixo), os caras eram puro hard rock e eu já curtia rock and roll.  Quando me apresentaram as músicas eu logo percebi que eram muito altas para mim e pedi que fossem colocadas no meu tom.  O problema de alguns cantores é não aceitarem suas limitações de tom.  Algumas músicas foram descartadas e outras modificadas para que o trabalho ficasse bonito e deu certo. As novas composições já tomaram uma veia mais rock and roll. Seis meses e alguns shows depois fomos para Belo Horizonte gravar o cd “Imagem”  produzido por Moisés di Sousa da Banda Azul no estúdio 108. A música Imagem ficou por seis meses em primeiro lugar na Rádio Capital e o disco teve muita aceitação, o que nos levou a fazer muitos shows. Eu e Eudes saímos da banda em no fim de 1994, isso fez com que me sentisse “sem chão”.

Passei três anos tentando montar uma banda sem sucesso, pois tinha os motivos errados em meu coração. Eu só pensava em aparecer. Após esse tempo pedi ao Senhor “restaure em mim a vontade de te adorar através de música, e me dê oportunidade de pregar a tua palavra, restaure em mim o amor pela tua obra”.  Então senti Deus me dizendo “Agora você entendeu, está pronto. Vai que serei com você”.

Primeiro CD
Metal Nobre – Em fevereiro de 1997 eu, Eudes (bateria), Wellington Sousa (guitarra) e Carlos (baixo) montamos a “JT e Banda”. Um mês depois Carlos deixa a banda e é substituído por Kenney Gouveira que viria a se tornar um inseparável parceiro em toda a trajetória da banda. Logo em seguida Eudes sai da banda, por motivos de trabalho, e entra Maurício Barbosa com toda a sua surpreendente criatividade. Logo em seguida Wellington pede para sair, e por sugestão do Kenney entra Pedro Pantoja dando assim início às composições das músicas do primeiro CD. Mas, faltava o nome definitivo então um dia Kenney sonhou que estávamos tocando e viu o pastor Silvério Perez esticava a camiseta para ele onde estava escrito “Metal Nobre” e ele falava “esse é o nome da banda porque vocês são ouro para Deus”.

Produzimos uma demo e, rejeitados por uma gravadora cristã, partimos para a produção independente do nosso primeiro CD. Em abril de 1998 aconteceu o lançamento do CD Metal Nobre, e a música Cálice se destacou como a mais tocada nas rádios evangélicas de Brasília.

Em setembro de 1998 sai Maurício Barbosa e Adriel Sorriso assume a bateria com muito entusiasmo.  Gravamos então o segundo CD com o título “Revelação” pelo selo Salmos, o que projetou a banda no cenário nacional. Lançado em novembro daquele ano o disco alcançou a incrível marca de quase mil cópias vendidas em apenas duas horas. Com produção impecável, “Revelação” vendeu 30 mil cópias em um ano e a música Louvai foi exaustivamente executada pela maioria das rádios evangélicas do Brasil.



Pedro Pantoja se desliga da banda em setembro de 2000 e entra Leonel Valdez trazendo seu estilo próprio e uma rica experiência de estúdios e turnês. Lançamos ainda naquele ano o álbum “Metal Nobre III” alcançando a marca de 10.000 cópias vendidas em menos de seis meses. As músicas Vou Confiar, Apocalipse e Sevo de Deus já estavam prontas e gravadas e eu tinha as melodias, mas não as letras. Deus foi me dando uma a uma e fechamos o CD no prazo determinado. Com esse disco a banda se consolida nacionalmente no cenário Rock Cristão.



Em 2002 gravamos ao vivo em Taguatinga – DF o CD e DVD “Nas Mãos do Senhor”  com a presença de 25.000 pessoas ao ar livre. Após 4 mil CDs vendidos de maneira independente, assinamos com a Gospel Records que lançou e distribuiu CD e DVD pelo seu selo.Outubro de 2002 foi marcado pela saída de Kenney Gouveia, uma mudança muito difícil para mim, mas a chegada de Daniel Gomes de Paiva tocando de maneira única e com uma performance de palco muito louca, injetou novo gás nas apresentações da banda. Finalmente chega o que faltava, o tecladista Hirion Jr., valorizando as baladas.


Em 2003 Leonel sai da banda e Pedro Pantoja volta com toda força participando ativamente da gravação do CD "Ao Teu Lado”, lançado em 2005 e mais uma vez, cuidadosamente produzido por Marcos Pagani e Richie Santiago no Orbis Studio.  Um ano de espera para seu lançamento, somando a mais 3 anos que passamos aguardando a gravadora se recuperar financeiramente, foram 4 anos sem disco. Isso acaba com a agenda de shows de qualquer artista, foi um período de muita luta e perseverança.  Logo após o lançamento a agenda voltou a encher e a banda vai mais uma vez para a estrada.


Ao findar o contrato com a gravadora em 2006 optamos pela não renovação e pela busca de um trabalho independente.  Pedro Pantoja mais uma vez sai da banda e a entrada de Juninho di Sousa traz um som mais atual e contemporâneo. Por motivos internos ainda neste ano saem todos os músicos da banda. Fiquei só e achei que seria o fim.

Não demorou liguei para o Luiz (ex auxiliar de bateria) para segurar as baquetas. Ele tremeu um pouco nas bases mas, topou e mandou bem na parada. Leonel aceitou a convocação de pronto e Kenney  voltou muito empolgado e ainda trouxe o seu filho para fazer guitarra base. Fomos mais uma vez para a estrada e demos início ao projeto do sexto CD. Com a produção de Pingo (guitarrista da banda “Supernovavida”) gravamos o CD “Alta Voltagem”. Já o DVD foi gravado durante shows em Taguatinga-DF, Manaus-AM, Corrente-PI, Frutal-MG, Aparecida de Goiânia-Go  e São José do Rio Preto-SP e com a formação JT, Leonel, Hirion, Daniel Ulisses, PH, Luiz Coiote e em participação especial: Diego, batera da banda “Virtud”. Foi um momento enriquecedor para todos.

"Made in Brazil" foi o nosso segundo DVD e trouxe canções do CD "Alta Voltagem", além de alguns clássicos da banda comemorando os quinze anos do grupo. Lançado de forma independente chegou a ser indicado ao prêmio de Melhor DVD no Troféu Promessa de 2012. No momento estamos em fase de composição para o repertório do próximo CD.

Com certeza que Brasília é a Capital do Rock sim! Eu já estive em praticamente todos os estados do Brasil e, sem desmerecer os outros, Brasília é, sem dúvida nenhuma, a Capital Eterna do Rock em todas as suas vertentes.


Fernando Modesto - Músico, Compositor e Profissional de Marketing


Nasci  em Taguatinga – DF e comecei a tocar aos 12 anos de idade, quando morava no Guará I. Meu pai havia comprado um violão para aprender, mas acabou ficando encostado, então comecei a aprender sozinho, pedindo ajuda de amigos da minha quadra que sabiam tocar alguma coisinha, mas depois de 2 meses o violão foi roubado. A essas alturas, eu já tinha vontade suficiente para não desistir e continuei aprendendo em outros violões encostados dos amigos (existem muitos).

Ao perceber que poderia ter algum talento para a música, meu pai me matriculou em uma escolinha. Depois de algumas aulas, lembro-me da professora me dizendo que eu tinha mais habilidade com a mão esquerda do que ela própria e, como eu só queria tocar rock, me sugeriu que eu aprendesse guitarra. Isso foi um incentivo. Julgava impossível.
Uma amiga do colégio disse que o irmão dela tinha uma guitarra e iria ao Rock in Rio. Será que ele seria uma atração do show? na verdade, ele precisava vender o instrumento para assistir ao evento. Naquela época eu já era fã de bandas que tocariam. Iron Maiden, ACDC, Whitesnake, Def Leppard, Queen... nossa!!  Pena que ainda era muito novo para ir... 

Aproveitei o desespero do cara e o otimismo do meu pai e comprei a guita. Ainda me lembro de não saber se aquilo era mesmo uma guitarra ou um baixo até ele tirar do case.
Era uma marca romena modelo Les Paul. Show! Depois disso teria moral para montar uma banda de verdade sem precisar obrigar meus primos e irmãos e dublar comigo minhas bandas preferidas com guitarras feitas de cabo de vassoura e baterias feitas de latas de tinta, como eu fazia.

A cena mais impactante da música aconteceu quando eu tinha 7 anos. Eu estava indo jogar bola com meus amigos e passamos por uma casa onde uma banda ensaiava na quadra 1 do Guará. Eu parei na janela enquanto eles insistiam para que eu fosse jogar... sem sucesso. Travei, impressionado com a primeira visão da engrenagem sonora de um grupo de rock ao vivo, e a partir dali, tive a certeza de que seria músico e teria uma banda.

Em casa, meus pais tinham muitos discos (LPs) de gostos variados e eu ouvia tudo, Nat King Cole, Roberto Carlos, Pholhas, Bee Gees, Mutantes, Secos e Molhados, Taiguara, e é claro, Beatles.


Com 11 anos, me trancava no quarto e ouvia rádio, principalmente a Manchete FM. Meu hobby era gravar nas

minhas fitas K7 TDK e BASF Hot Tape sequências de músicas românticas. O desafio era gravar os hits sem a interrupção do locutor no início e no final para depois presentear a coleção de sucessos para a garota mais gata da rua ou do colégio que eu tivesse apaixonado platonicamente. Isso já era pirataria. Nessa época eu era tão tímido que desejava não ter o sucesso da conquista. Não saberia o que fazer se conseguisse.
Aos 13 anos, fui apresentado ao Rock propriamente dito. Um choque vital e amor à primeira audição. Deixei o cabelo crescer e empunhei a espada dos guardiões da chama do Heavy Metal.  Comecei a abominar qualquer coisa que se movesse contra o rock. Quase me deixei convencer de que o Van Halen tinha nos traído quando lançou a música "Jump" com teclados. Preguei 26 posters da Som Três no meu quarto e passei a comprar LPs de várias bandas, principalmente do ACDC e Scorpions.

Anos depois, quando comprei a minha primeira guitarra, convidei o Geraldo, um amigo da quadra, para começar uma banda, já que ele era mais velho e ouvia muita coisa diferente. Não deu certo. Ele gostava de Cure, Cult e Smiths e eu gostava de Hard Rock e Heavy Metal, mas valeu pela influência musical que ele trouxe, depois de um tempo, acumulou-se à minha formação musical nomes como, Beatles, ACDC, Van Halen, The Cure, Raul Seixas e Robertos Carlos, dentre outros. 

Do Geraldo herdei o nome "Golpe 64" e montamos uma banda que era uma mistura de rock nacional com alguma coisa que eu tentava explicar ou protestar musicalmente.

Os primeiros shows que assisti foram em Brasília, Blitz, Ultraje à Rigor, Legião Urbana, RPM e Capital Inicial, Camisa de Vênus e Celso Blues Boy.

Era anos 80  e o Rock nacional tinha entrado em erupção. No Edifício Rádio Center havia centenas de bandas ensaiando. Havia eventos como o Projeto Cabeças, Rock Way e outros, espaços como o Gran Circular, Concha Acústica e shows no Park Shopping. As rádios tocavam muitos sucessos de novas bandas. De Brasília, além de Paralamas, Legião Urbana, Plebe Rude e Capital Inicial, outras bandas como Finis Africæ, Banda 69 e Escola de Escândalo pareciam próximas de emplacar. Nessa epoca, Erva Doce, Rádio Taxi, Titãs, Blitz, RPM, Metrô e Ultraje a Rigor eram só alguns dos nomes da cena nacional do rock.

O Golpe 64 pertencia ao cenário guaraense juntamente com outras bandas como Alto QI e Artigo 153. Depois de alguns ensaios, conseguimos tocar nos eventos itinerantes que percorriam as satélites de Brasília junto com bandas como Elite Sofisticada, Culpados, W3, 5 Generais, Beta Pictoris, Escola de Escândalo, Excalibur / Habeas Corpus e outras.

Alguns músicos passaram pela banda, mas nossa formação principal contava com: 
Fernando Modesto (Guitarra), Paulo Valcácio (vocal), Wellington (Baixo),  e Eudes (Bateria).

Em 86 o Eudes, nosso baterista anunciou sua saída da banda e disse, ao estilo Rodolfo do Raimundos, que estava saindo da banda para seguir a Jesus. O que?!!!!
Logo agora que iríamos fazer muito sucesso? pensava eu. Ele não se surpreendeu com minha surpresa. Me convidou para ir para a igreja dele e me emprestou um disco da banda Sinal de Alerta. Era o que mais se aproximava de um Rock evangélico naquele tempo.

Eu ia sempre à igreja da minha mãe e achava muito chato o jeitão como o pastor falava de Deus e como as pessoas estavam sempre imóveis e comportadas demais. Aquilo não combinava com meu estilo, não me dizia nada e apesar de eu ter convicção da existência de Deus, não acontecia nada sobrenatural comigo. Pelo contrário, o Golpe 64 ensaiava ao lado da igreja e atrapalhava bastante o culto. Não intencionalmente. Só Rock'n Roll em um colégio vizinho.

Substituímos o baterista e seguimos em frente, mas o convite do Eudes martelava, não na minha orelha e sim mais fundo. Como continuávamos amigos, um dia eu resolvi ir com ele e ver o que aconteceria. Não custa nada.

Na tarde daquele domingo comecei a passar mal, dor de cabeça, dor de ouvido e vista embaçada, mas decidi que iria mesmo assim. No final, o pastor perguntou quem queria ser de Jesus e eu queria. Fui à frente quando todo mundo estava de olhos fechados. Estranhamente, as dores sumiram na mesma hora, mas eu estava mais preocupado com a timidez de ir à frente da igreja com pinta de metaleiro. Esse pastor vai cortar meu cabelo, pensei. 

AQUI O TEMPO PARA E RECOMEÇA DO ZERO.
Não tem como explicar quando Deus passa para o lado de dentro de alguém. É algo pessoal e intransferível.

Os dias que se seguiram foram de total interesse por Jesus. Comecei a ler a Bíblia e fui para o acampamento da Igreja Batista Filadélfia no Guará II. Conheci uma galera que tocava rock! Rock Cristão?! As guerras com a minha irmã pararam, aquela pessoa irritante já não parecia tão chata assim. Deixei de me isolar da minha família. Passei a tocar na igreja e as letras e músicas do Golpe 64 passaram a não fazer tanto sentido. Paralisei a banda e, com o Eudes montamos o Apocalipse, uma banda com pegada Hard Rock Cristã (ainda não se usava a expressão "Gospel" no Brasil).

Em 87 o Apocalipse passou a fazer shows em vários lugares falando de Jesus e do amor de Deus. As pessoas achavam a mensagem estranha e o som admirável.
Após alguns anos, Moisés Valença, o vocalista foi embora para os EUA e a banda encerrou. Com ele aprendi por observação muito sobre composição.

Continuei tocando na igreja e fui convidado para uma banda chamada Templo, uma banda de rock mais largado, de garagem que durou também alguns anos. Leonardo Mac Cormic, vocalista e baixista da época, hoje pastor, tinha sido da EMI Odeon e foi o responsável por descobrir e lançar o Iron Maiden no Brasil.


Depois fiz parte de uma banda que tinha nome de shampoo, a Nuance, com som metade rock, metade pop, por

ter 2 vocalistas diferentes em seus estilos. A banda sofreu mudanças, inclusive de nome e passou a se chamar Átrio. Foi quando o vocalista de blues J.T, atualmente integrante do Metal Nobre veio de Maceió especialmente para compor a banda, a convite do Pastor Zoroastro, que nos deixou há alguns anos, um cara incomparável que gostava do nosso som e conhecia o potencial dessa possível fusão entre a banda e o JT. 

Passamos a nos chamar Kadesh, que significa "Sagrado". Com a música "Imagem" concluímos as faixas do nosso primeiro álbum. Tínhamos as canções, mas não o dinheiro, foi o que argumentou o JT. Lembro-me de ter dito que aquilo não seria um problema, se Deus quisesse, Ele mandaria algum empresário para bancar o projeto. Foi o que aconteceu. Poucos dias depois, após um show em Taguatinga, tínhamos um patrocinador para o disco que havia surgido do "nada". Um empresário do setor de minério.

Para o primeiro trabalho da banda, o disco teve grande êxito no Gospel local. Tocamos em vários lugares pelo país, principalmente no centro-oeste. Durante esse tempo pudemos ver a alegria e a transformação de muitas pessoas que precisavam ouvir o que tínhamos a dizer. Em 96, após divergências musicais, deixaram a banda Eudes e JT de uma só vez. Foi um racha. Não foi fácil! Eu tinha que seguir e tocar um som no qual acreditava.

Em 97 reuni amigos de outras bandas para fazermos um som por diversão, era algo que estava faltando no Kadesh. Tocamos o que gostávamos, rock, sem preocupações.
Ali surgia a banda da qual faço parte até hoje e onde tivemos muitas alegrias e emoções! O Virtud.

O Kadesh era:
  • Fernando Modesto (Guitarra)
  • Jack (Teclado)
  • Marcelão (Baixo)
  • J.T (voz)
  • Eudes (Bateria)

A galera da jam era:
  • Fernando Modesto (Guitarra)  -   Kadesh
  • Jack (Teclado)                      -   Kadesh
  • Ricardo Gianetti (Bateria)      -   Vértice
  • Junior Rappa (Baixo)             -   Vértice
  • Ricardo Brandão (Voz)          -   Cetro

Começamos a tocar juntos e mais tarde o Jack deixou a banda. Queria tocar outro som. Mais um duro golpe!
Com as músicas prontas, fizemos um demo tape e começamos a tocar. Partimos para vender o vale-cd, um ticket que inventamos para quem acreditasse na banda poder nos apoiar comprando o cd antes mesmo dele ser gravado.No studio, decidimos mudar de Kadesh para Virtud e fazer com que o nome da banda tivesse sentido mais amplo e claro.

A banda passou a ter em sua formação:
  • Fernando Modesto (Guitarra)  -  Ex - Kadesh
  • Clóvis Ribeiro (Bateria)           -  Ex - Cetro
  • Junior Rappa (Baixo)             -   Ex - Vértice
  • Ricardo Brandão (Voz)          -   Ex - Cetro


PRIMEIRO CD - "SEMPRE"
Após ser gravado no Stúdio Zen (Bsb), com a ajuda de Dan Félix, o CD teve seu lançamento em 99 e culminou com a transformação da Manchete em rádio gospel em Brasília e no país. Começamos a pedir nossa própria música como no filme "Dois filhos de Francisco" e logo outras pessoas passaram a pedir também. A música "Sempre", que dava título ao cd, atingiu o Top 10 da programação e em pouco tempo chegou à primeira posição. A mesma trajetória foi seguida por cada música do CD, com as faixas "Ele É...", "Consolador", "Nome Incomum", "Ele Vai Voltar", "Imagem" (regravada), "Verdadeira Razão" que conta com a participação do Fabinho do Juízo Final, "Sonhos e Promessas" e claro "Mesmo Só".
 Até o momento, éramos uma banda independente, mas tínhamos vendido 8.000 cópias de mão em mão. Isso era um grande feito para o primeiro cd novamente. O sucesso na cena local foi tão grande que muitas pessoas pensavam que não fôssemos de Brasília e pediam que voltássemos a fazer shows aqui.

Começamos a tocar na Rádio Manchete nacionalmente e fomos indicados por bandas amigas como Oficina G3, Katsbarnea e Resgate a fazer parte da Gospel Records, gravadora de São Paulo.
Assinamos contrato com a gravadora e começamos a participar em São Paulo do festival S.O.S da Vida (120 mil pessoas) e da Marcha Para Jesus (1.500.000 pessoas).
Após algumas edições desses eventos anuais, passamos a ser uma promessa no cenário nacional. Nosso CD "Sempre", depois de relançado pela gravadora vendeu quase 30.000 cópias.

O objetivo de todo esse trabalho estava sendo cumprido. Falar de Jesus a todas as pessoas com uma música forte e atual. Fazendo isso, ouvimos muitos relatos de pessoas que passaram a crer em Deus, pessoas que desistiram de colocar uma bala na cabeça, casais que se apaixonaram e se casaram ao som de "Mesmo Só", inclusive o jogador Kaká e sua esposa Carol.

A formação da banda no relançamento do cd era:
  • Fernando Modesto (Guitarra)
  • Tom Alves (Bateria)
  • Junior Rappa (Baixo)
  • Ricardo Brandão (Voz)
  • Guto Bello (Teclado)

NA TERRA DAS APARÊNCIAS - 2° CD

O segundo álbum vendeu cerca de 25 mil cópias, mesmo tendo que enfrentar o advento do MP3, a falta de estoque no mercado e a pirataria na rede. O trabalho contou com a evolução das técnicas de gravação e contamos mais uma vez com a ajuda de Dan Félix no Stúdio Zen, mas dessa vez tivemos a produção musical de Marcelo Sá, atualmente integrante da banda, também na guitarra.

O CD contou com a participação do Rapper DJ Alpiste, Jean Carlos e Mauro Henrique (Oficina G3) e foi sucesso de crítica.








ATUALMENTE

O terceiro cd ainda está sendo aguardado por muitas pessoas e até agora tem sido uma promessa pela qual estamos lutando. Em 2014, depois de uma longa parada, o Virtud resolveu retomar.

Pessoalmente, acredito que minha contribuição na música também pode ser ampliada, se Deus permitir. Quero conciliar minha missão musical e espiritual com a minha vida pessoal, social, profissional (na área de Marketing) e meus torneios de futebol. Estou iniciando uma nova trajetória musical com o Virtud e pessoal, onde quero me dedicar especialmente a novas músicas e a levar uma mensagem capaz de continuar transformando pessoas.

Quero agradecer a você Marco Brô, a quem admiro como pessoa e conhecedor da música, pela oportunidade de falar um pouco da minha história. O simples fato de você se lembrar de mim, já é em si, para mim uma homenagem. Parabéns pelo seu trabalho e sucesso no blog!

Dedico essa minibiografia à minha esposa Kelen, quem mais me dá força a favor da música, minha família, fãs, amigos e meus companheiros de banda, Marcelo Sá, Ricardo Brandão, Júnior Rappa e Dídio Corrêa.

Além disso, aproveito para agradecer a todos os músicos que fizeram parte da minha história, mesmo que rapidamente... Moisés Valença, Washington, Marcos Batera, Nildo Batera, Gladson, Sérgiinho, Marquinhos, Dinho, Guilherme Santana e outros. Valeu!

"De que adianta sermos bons lá no fundo, se as pessoas estão aqui no raso?".

Não percam os próximos capítulos em: http://www.facebook.com/virtudoficial 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Paulo Delegado - Músico, Produtor e Analista de Sistemas.



Nasci no dia 22/03/1968 no Hospital da Asa Sul (L2 sul), onde nasciam as crianças na época. Meu pai e minha mãe moravam na QNJ 02 Taguatinga, vieram transferidos de um acampamento que existia do lado da Concha Acústica.

As primeiras músicas das quais me lembro foram as de Roberto Carlos, que meu pai ouvia no seu karmann-ghia  de cor Laranja. Na época eles ouviam também Odair José e Evaldo Braga dentre outros. No carro do meu pai tinha um Motoradio AM.

Então mudamos para o Cruzeiro Novo, eu já devia ter uns 6 anos de idade, depois fomos para o Guará e voltamos para o Cruzeiro. Nessa época meu pai já era agente de polícia e veio trabalhar em Taguatinga (12ª DP). Eu já estava com 12 anos e mudamos para lá em 1980.

Tive a sorte de mudar para C-3 no centro de Taguatinga quando conheci uma família de figuraças que morava na esquina: A família Vieira. Eu gostava muito de jogar futebol e como meu pai trabalhava na 12ª DP, havia lá uma quadra de futebol de salão onde eu comecei a conhecer a vizinhança.

Ficávamos na esquina da minha rua conversando com meus amigos do futebol. De repente, no passar dos anos, comecei a ver pessoas diferentes transitar por lá. Cabelos espetados, roupas esquisitas e vários alfinetes espalhados pelo corpo. Nesta época eu já ouvia Beatles, Zé Ramalho, Peter Frampton entre outros. Tenho um irmão, o Marco, ele é 2 anos mais velho que eu e me apresentou essas pérolas. Taguatinga nesta época estava numa miscigenação total, playboys, punks e funkeiros estavam todos juntos e misturados!!!

Então conheci um cara chamado Sérgio Bolacha. Eu já devia ter uns 16 anos. Ele tocava em uma banda chamada Núcleo de Custódia que estava começando a aparecer no cenário musical de Brasília, passei então a acompanha-lo. Então resolvi tocar baixo, porque eu era muito fã do Negrette (Légião Urbana) e queria ser igual a ele.

Montamos um projeto chamado Órfão da Nação, onde tinha o Marcelo (Lúcio Flávio) na guitarra, Sergio Bolacha (Núcleo de Custódia) no vocal, (detalhe: ele era baterista do Núcleo), Fred Bocão (Lúcio Flávio) na bateria, e eu começava a tocar baixo. Então continuei frequentando esquina da rua, quando passou o PC Cascão (Detrito Federal) e ao contar pra ele que tinha montado uma banda de Rock, ficou felizaço e começou a me chamar para as festa e shows no Plano Piloto e no Rolla Pedra. E a partir daí, nunca mais parei de tocar. Já são 27 anos.


Toquei nas bandas Órfãos da Nação, Núcléo de Custódia, BSB-H, Detrito Federal, Finnis Africae e atualmente na Soñadora.


Órfãos da Nação – Formação : Sergio Bolacha (vocal), Marcelo Queiroz (Guitarra), Fred Bocão (Bateria) e Paulo delegado (Baixo).  Tocávamos um punk rock cru tipo 4 por 4. A banda durou cerca de 1 ano. Isso foi por volta de 1986. Fizemos vários shows em Taguatinga e Paracatu. Entre eles posso destacar no Teatro da Praça, Clube Nipo Brasileiro e numa boate em Taguatinga chamada 2 + 2.

Núcleo de Custodia – Formação: Marcelo Jabá (vocal), Grillo (guitarra), Sérgio Bolacha (bateria) e Paulo Delegado (baixo). Entrei no lugar do Beto Punk. A banda já tinha nome e já tinha estrada. Tive o prazer de tocar duas vezes na FACULTA com a banda.

BSB-H – Formação: Alex Podrão (vocal), Grillo (guitarra), Sérgio Bolacha (bateria) e Paulo Delegado (baixo). O Núcleo de Custodia já não andava bem, quase não ensaiávamos mais, então o Bolacha foi tocar no BSB-H. A banda já tinha gravado o primeiro disco (Ataque as Ordas do Poder) em SP por uma gravadora independente mas, com nome forte no cenário nacional. Ela se preparava para gravar o segundo disco quando teve vários problemas em sua formação, então o Bolacha me chamou junto com o Grillo para fazermos parte do projeto. Pegamos varias músicas do Órfãos da Nação e juntamos com as do BSB-H. O LP se chamou Órfãos da Nação (Essa musica foi feita pelo Fernandez – fundador do Rolla Pedra .  Gravado em 1989, foi o disco de punk rock que considero um dos melhores do gênero gravado no Brasil.

BSB-H

 Graças ao BSB-H pude tocar e conhecer vários estados no Brasil. Depois, já com outra formação com o Joaquim e Luciano nas guitarras e eu, Alex Podrão, Sérgio Bolacha chegamos a gravar mais um LP em 1992 chamado Extreme Convictions. No terceiro LP já anão tocávamos mais punk rock e sim uma mistura de punk rock com metal que chamavam de crossover e cantado em inglês. Chegamos a fazer vários shows em Brasília e no resto do país. Depois de algum tempo, comecei a ouvir outras coisas e o BSB-H (apesar de ama-lo até hoje), estava começando a me incomodar com o tipo de som. Então sai praticamente junto com o Bolacha. Na verdade com a saída do  dele, acabei desanimando e foi a gota d’agua pra eu sair. Fiquei um tempo sem tocar, quando recebi o convite de tocar na volta do Detrito Federal, que se tornara uma banda de pop rock. Eu adorava o Detrito e nunca imaginei que seria possível isso acontecer.

Detrito Federal – Formação: PC Cascão (vocal), Débora (bateria), Romulo Jr. (Guitarra), Luis Asp (Guitarra), Victor Babu (Guitarra) e Paulo Delegado (baixo). Foi uma época muito boa. Toquei no Abril pro Rock (1997) em Recife um grande festival e no Porão do Rock. As coisas estavam encaminhadas, o Renato Russo tinha acabado de dar uma música para a banda chamada Fábrica 1, o Tom Capone, tinha produzido a musica. As coisas iam começar a andar de verdade, de repente uma ação judicial nos impede de tocar com o nome Detrito Federal. Mas isso é outra história...

Finnis Africae – Formação: Eduardo  (vocais), José Flores (Guitarra), Portuga (Bateria)
Fui convidado para fazer um show da volta do Finnis Afrocae que aconteceu na Feira da Musica Independente na Sala Martins Pena do Teatro Nacional. Foi outra realização pessoal, eu não acreditava que aquilo estava acontecendo. Ainda teve a participação do Fellipe Seabra (Plebe Rude) e Loro Jones (Capital Inicial). Cerca de 2 anos depois fui convidado novamente para tocar com o Finnis no Ferrock, um grande festival de rock que acontece a mais de 20 anos na Ceilândia. Neste intervalo entre Detrito e Finnis, montei meu projeto de covers nacional e internacional dos anos 70, 80 e 90.

bandasoñadora.com.br
Banda Soñadora – Formação: Herlon Franklin (Vocal), Marcelo Abreu (bateria), Edso di Carvalho (Guitarra) e Paulo Delegado (baixo). Este projeto existe a 9 anos e vários artistas da cidade passaram por elecomo: Dillo Daraújo, Celso Salim, Maurício Lavernaire, Tex, Daniel Baker. A banda continua atuante animando festas corporativas,  aniversários, casamentos e casas noturnas. É onde eu consigo sair do mundo real, onde trabalho como Analista de Sistemas.


Atualmente sou produtor e músico da Banda Soñadora (banda cover dos anos 80 e 90), produzo alguns artistas da cidade quando me procuram para uma consultoria de estúdios e gravações, e sou DJ em várias festas de Brasília, tocando Pop Rock e Rock and Roll.


Na minha concepção, infelizmente, Brasília deixou de ser a capital do Rock faz muito tempo pois cada um foi para seu lado. Ninguém ajuda ninguém!!! Todo mundo tem medo de perder espaço para outra banda. Ninguém passa contato de ninguém...
Se você reparar, como exemplo, nas bandas baianas, todo carnaval elas puxam uma novidade. Eles sabem que precisam manter a indústria da musica lá. Se não, todo mundo vai vender coco na praia. E isso não vai acabar nunca. Atualmente, para mim, Brasília é a Capital do Choro.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Dillo Daraujo - Compositor, Multi-Instrumentista e Cantor.

Nasci em Brasília - DF. Meu primeiro contato com a música foi na barriga da minha mãe. Meu pai é músico autodidata, vivia cantando, então quando não era música ao vivo em casa, era na vitrola. A obra de Luiz Gonzaga me remete a essa época. Quando via o Programa do Chacrinha  eu ficava desenhando as guitarras que apareciam na TV e fazia réplicas de papelão. Me lembro de ter feito uma Gibson SG, e passar a tarde brincando de ser guitarrista.

Mas, meu primeiro instrumento foi o acordeon, aos sete anos de idade, por influência do pai e paixão pela música de Luiz Gonzaga. Conheci a música de Jimi Hendrix e logo percebi a semelhança entre o blues do Gonzagão e o baião de Hendrix ou vice e versa, fazendo desses mestres a linguagem e o vocabulário de meu som na guitarra.
Quando criança, assisti a um show de uma banda de baile, não me lembro do nome da banda, foi num lugar aberto, depois de um comício creio, mas eu era muito pequeno, daí ao ver aquele palco, aquelas luzes, aquele som de bateria, baixo e guitarra juntos..., já era!!!

Aos 15 anos troquei a sanfona pela guitarra elétrica, e em pouco tempo passei a ser considerado, como músico,  na cena brasiliense, tocando com artistas de diversos estilos, integrando bandas de expressão da cidade e  participando dos discos de diversos artistas como Renato Mattos, Gisa Pithan, Celso Salim, Tijolada Reggae, entre outros. Paralelamente, comecei a compor o material que resultou no meu primeiro CD solo, CrocoDillo Gang, influenciado por artistas como Lenny Kravitz e Ben Harper.

Mestiço, é o meu segundo trabalho, que acabou sendo considerado uma das revelações do blues rock brasileiro dos últimos anos. O álbum, que inicialmente se chamaria "Mosaico", ao contrário de seu antecessor, "CrocoDillo Gang" (2004), apresenta, à pedidos, composições 100% em português. Outra marca desse disco é a experimentação, resultando em uma mistura um tanto quanto rara e prazerosa de ritmos e influências diversas, entre elas, funk, soul, samba-rock e música regional brasileira e latina.




Jacaretaguá, meu mais recente álbum, foi o que mais barulho fez do ponto de vista de repercussão, entrou nas listas de melhores álbuns de 2012. Ele foi gravado em parte no estúdio, e outras coisas gravei em casa mesmo.

Como condução de carreira os exemplos que tenho aqui (Bsb) são exatamente o que não se deve fazer. Toquei com alguns artistas geniais embora contraproducentes, e porque não dizer irresponsáveis. Mas se eu tiver que citar um artista que me inspirou como músico e performer: Renato Matos, gênio inquieto e um cara que eu gosto de estar perto até hoje.
É difícil listar as músicas que marcaram minha infância, porque tenho a vida permeada por músicas desde a gestação, mas vou citar algumas.

Infância: Serrote Agudo, Mangaratiba, Estrada de Canindé: Luiz Gonzaga.

Adolescência: Knockin on heavens door: Bob Dylan. Pais e filhos: Legião Urbana. Alagados: Paralamas. A versão de Starman do David Bowie. Putz..., centenas de sons.

São ou foram importantes em Brasília para minha carreira: Meu pai, meu tio Sinezio, meus cunhados que me compraram instrumentos, meus companheiros de bandas, se eu for citar um por um vai demorar, são trinta anos envolvido com música. O pessoal do SESI me apoiou. As bandas que me influenciaram, não só as que expandiram pra fora do DF, mas as que ficaram também, como Os Diklebs, Marssal, Os cachorros, Radical sem dó...

Minha linha do tempo sonora: A voz do meu pai - Asa Branca - Homem Primata - Another Brick In The Wall - Whole Lotta Love – Superstitions - Almost Morning – Estilhaço - A rã.

No meu player hoje rola Música do mundo inteiro de todas as épocas, mas predominantemente João Donato e Hermeto Pascoal, Música Caribenha, e muito Blues and Roll.

Está faltando profissionalização em Brasília. A cena aqui é amadora, ta cheia de bandas “cover”, daí o movimento não se fortalece, seremos sempre colonizados. Mas é o perfil do brasiliense, cidadão acomodado. Aqui é notória a letargia intelectual, e onde não há inquietação, não há efervescência artística.

Brasília nunca foi a Capital do Rock, hoje menos ainda.

Não tenho apego ao meio físico, tive que me livrar dos vinis por conta das andanças pelo Brasil, meus bens são praticamente minha guitarra, meu Ipod, meu Lap e a escova de dentes. Tudo isso vai no meu case da guitarra. Sou bicho solto em constante movimento, material e imaterial.

Participei de muitos discos, talvez não me lembre de todos, mas vou tentar:

  •      Gisa Pithan – DF.
  •      Diró Nolasco (o que for bom) – DF.
  •      Renato Matos (MPTudo) - DF.
  •      Clube do Som – DF.
  •      Tijolada Reggae (Segundo) – DF.
  •      Cadabra  (solstício) - DF.
  •      Celso Salim (Gonig out tonight) – DF.
  •      Celso Salim (Big City Blues) – SP.
  •      Rafael Cury (Trapped in the past) – SP.
  •      Brazilan Blues Band (novo) – DF.
  •      Kracatao (musica para esportes) – RJ.
  •      Mundo Groove – RJ.
  •      Thaís Fread – RJ
  •      E é claro os Meus: CrocoDilloGang /DF, Mestiço/RJ” e Jacartaguá.


Tenho curtido cada vez mais participar de projetos paralelos ao meu como autor, como por exemplo, tocando guitarra na banda Paradiso ou no Sistema Criolina. Além disso tenho feito cada vez mais trilhas para cinema, recentemente gravamos a musica do longa metragem o Ultimo Cine Drive In de Iberê Carvalho.

A recente turnê pela Austrália, ano passado, foi a minha experiência mais gratificante fora do Brasil. Tocamos em diversas cidades onde o público sempre nos recebeu de forma calorosa, a audiência aplaudindo-nos de pé era uma constante.

É possível viver de musica aqui ou em qualquer parte, agora isso dependerá de suas ambições. Se você quiser comprar casas e carros, sugiro outra profissão, agora se sua ligação com a música for algo transcendental, espiritual e existencial ai nada afetará essa relação. A receita é trabalhar muito e com seriedade.

Meu processo criativo é caótico. As vezes acordo no meio da noite e escrevo uma letra, outras vezes uma melodia vem do nada, mas também trabalho na base do raciocínio, se não estou inspirado acabo teimando e fazendo algo completamente pensado. Enfim, não tem regra e acontece diariamente.

Pra quem tá iniciando? Aprenda com seus ídolos, processe o que aprendeu e devolva ao mundo essa mistura com seu próprio sotaque, faça sua própria música, transforme seu colégio, seu bairro, sua cidade e ganhe o mundo!

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