Nasci
em Brasília - DF. Meu primeiro contato com a música foi na barriga da minha
mãe. Meu pai é músico autodidata, vivia cantando, então quando não era música
ao vivo em casa, era na vitrola. A obra de Luiz Gonzaga me remete a essa época.
Quando via o Programa do Chacrinha eu ficava desenhando as guitarras que
apareciam na TV e fazia réplicas de papelão. Me lembro de ter feito uma Gibson
SG, e passar a tarde brincando de ser guitarrista.
Mas, meu primeiro instrumento foi o acordeon, aos sete
anos de idade, por influência do pai e paixão pela música de Luiz Gonzaga.
Conheci a música de Jimi Hendrix e logo percebi a semelhança entre o blues do
Gonzagão e o baião de Hendrix ou vice e versa, fazendo desses mestres a
linguagem e o vocabulário de meu som na guitarra.
Quando
criança, assisti a um show de uma banda de baile, não me lembro do nome da
banda, foi num lugar aberto, depois de um comício creio, mas eu era muito
pequeno, daí ao ver aquele palco, aquelas luzes, aquele som de bateria, baixo e
guitarra juntos..., já era!!!
Como
condução de carreira os exemplos que tenho aqui (Bsb) são exatamente o que não
se deve fazer. Toquei com alguns artistas geniais embora contraproducentes, e
porque não dizer irresponsáveis. Mas se eu tiver que citar um artista que me
inspirou como músico e performer: Renato Matos, gênio inquieto e um cara que eu
gosto de estar perto até hoje.
É
difícil listar as músicas que marcaram minha infância, porque tenho a vida
permeada por músicas desde a gestação, mas vou citar algumas.
Infância: Serrote Agudo, Mangaratiba, Estrada
de Canindé: Luiz Gonzaga.
Adolescência: Knockin
on heavens door: Bob Dylan. Pais
e filhos: Legião Urbana. Alagados: Paralamas. A versão de Starman do David
Bowie. Putz..., centenas de sons.
São ou
foram importantes em Brasília para minha carreira: Meu pai, meu tio Sinezio,
meus cunhados que me compraram instrumentos, meus companheiros de bandas, se eu
for citar um por um vai demorar, são trinta anos envolvido com música. O
pessoal do SESI me apoiou. As bandas que me influenciaram, não só as que expandiram
pra fora do DF, mas as que ficaram também, como Os Diklebs, Marssal, Os
cachorros, Radical sem dó...
Minha
linha do tempo sonora: A voz do meu pai - Asa Branca - Homem Primata - Another
Brick In The Wall - Whole Lotta Love – Superstitions - Almost Morning – Estilhaço
- A rã.
No meu
player hoje rola Música do mundo inteiro de todas as épocas, mas
predominantemente João Donato e Hermeto Pascoal, Música Caribenha, e muito
Blues and Roll.
Está
faltando profissionalização em Brasília. A cena aqui é amadora, ta cheia de
bandas “cover”, daí o movimento não se fortalece, seremos sempre colonizados. Mas
é o perfil do brasiliense, cidadão acomodado. Aqui é notória a letargia
intelectual, e onde não há inquietação, não há efervescência artística.
Brasília nunca foi a Capital do
Rock, hoje menos ainda.
Não
tenho apego ao meio físico, tive que me livrar dos vinis por conta das andanças
pelo Brasil, meus bens são praticamente minha guitarra, meu Ipod, meu Lap e a escova
de dentes. Tudo isso vai no meu case da guitarra. Sou bicho solto em constante
movimento, material e imaterial.
Participei de muitos discos, talvez não me lembre de todos, mas vou tentar:
Participei de muitos discos, talvez não me lembre de todos, mas vou tentar:
- Gisa Pithan – DF.
- Diró Nolasco (o que for bom) – DF.
- Renato Matos (MPTudo) - DF.
- Clube do Som – DF.
- Tijolada Reggae (Segundo) – DF.
- Cadabra (solstício) - DF.
- Celso Salim (Gonig out tonight) – DF.
- Celso Salim (Big City Blues) – SP.
- Rafael Cury (Trapped in the past) – SP.
- Brazilan Blues Band (novo) – DF.
- Kracatao (musica para esportes) – RJ.
- Mundo Groove – RJ.
- Thaís Fread – RJ
- E é claro os Meus: CrocoDilloGang /DF, Mestiço/RJ” e Jacartaguá.
Tenho
curtido cada vez mais participar de projetos paralelos ao meu como autor, como
por exemplo, tocando guitarra na banda Paradiso ou no Sistema Criolina. Além
disso tenho feito cada vez mais trilhas para cinema, recentemente gravamos a
musica do longa metragem o Ultimo Cine Drive In de Iberê Carvalho.
A
recente turnê pela Austrália, ano passado, foi a minha experiência mais
gratificante fora do Brasil. Tocamos em diversas cidades onde o público sempre
nos recebeu de forma calorosa, a audiência aplaudindo-nos de pé era uma
constante.
É
possível viver de musica aqui ou em qualquer parte, agora isso dependerá de
suas ambições. Se você quiser comprar casas e carros, sugiro outra profissão,
agora se sua ligação com a música for algo transcendental, espiritual e
existencial ai nada afetará essa relação. A receita é trabalhar muito e com
seriedade.
Meu
processo criativo é caótico. As vezes acordo no meio da noite e escrevo uma
letra, outras vezes uma melodia vem do nada, mas também trabalho na base do
raciocínio, se não estou inspirado acabo teimando e fazendo algo completamente
pensado. Enfim, não tem regra e acontece diariamente.
Pra quem
tá iniciando? Aprenda com seus ídolos, processe o que aprendeu e devolva ao
mundo essa mistura com seu próprio sotaque, faça sua própria música, transforme
seu colégio, seu bairro, sua cidade e ganhe o mundo!
www.dillo.com.br
Genial.
ResponderExcluirFantástico.
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