Bem, eu nasci em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, e minha
primeira percepção da música foi no rádio, como muitos outros músicos. Eu
ficava horas ouvindo os programas que tocavam as músicas das décadas passadas e
me imaginava nas estória das letras. Era uma ideia meio louca , mas eu sempre entrava
na música dessa forma. A Imaginação foi o que despertou em mim a vontade de
subir em um palco. Eu sempre fui muito sonhador e, nada melhor do que um show
para que você entre no seu mundo de sonhos.
Eu cheguei a Brasília no mês de abril de 1993 e a cena que
busquei era toda voltada para o Gospel. Esse movimento estava começando
naqueles anos e eu já vim de Maceió direto para fazer um teste em uma banda
local chamada Kadesh, a convite do Pr. Zoroastro. Ele havia me ligado falando que a banda era
minha cara e estava sem vocal. Então eu disse “vou amanhã” e assustado ele
falou “fala sério!”.
Desembarquei em
Brasília dois dias depois e no dia seguinte me reuni com a banda, assumi os
vocais e voltei a Maceió para casar e em seguida me mudar definitivamente para
Brasília.
O primeiro show que eu assisti aqui em Brasília foi da banda
Catedral e logo em seguida fui a um show da banda Livre Arbítrio, mas o que me
deixava maluco eram os programas da Igreja Renascer que mostravam as bandas que
se apresentavam no SOS da Vida, o maior festival de música gospel da época. Eu
pirava geral com aqueles programas.
Então montaram uma caravana para ir ao SOS em São Paulo e eu fui junto. Pronto!
Ali eu tive a certeza de que iria ser um músico profissional.
Na verdade eu montei 4 bandas. Duas
em Maceió e duas em Brasília. A primeira foi uma banda gospel chamada Blues 126
que, como dizia o nome, era muito influenciada pelo Blues. A segunda foi The
Windows que se apresentava em bares e tocávamos rock dos anos 1970. Quando vim
para Brasília eu já entrei no Kadesh e depois veio JT e Banda, que se
transformou no Metal Nobre.
Kadesh – Fernando
Modesto (guitarra), Jack Garcia (teclado), Eudes (batera) e Marcelão (baixo), os
caras eram puro hard rock e eu já curtia rock and roll. Quando me apresentaram as músicas eu logo
percebi que eram muito altas para mim e pedi que fossem colocadas no meu
tom. O problema de alguns cantores é não
aceitarem suas limitações de tom.
Algumas músicas foram descartadas e outras modificadas para que o
trabalho ficasse bonito e deu certo. As novas composições já tomaram uma veia
mais rock and roll. Seis meses e alguns shows depois fomos para Belo Horizonte
gravar o cd “Imagem” produzido por
Moisés di Sousa da Banda Azul no estúdio 108. A música Imagem ficou por seis meses em primeiro lugar na Rádio Capital e o
disco teve muita aceitação, o que nos levou a fazer muitos shows. Eu e Eudes
saímos da banda em no fim de 1994, isso fez com que me sentisse “sem chão”.
Passei três anos tentando montar uma banda sem sucesso, pois
tinha os motivos errados em meu coração. Eu só pensava em aparecer. Após esse
tempo pedi ao Senhor “restaure em mim a vontade de te adorar através de música,
e me dê oportunidade de pregar a tua palavra, restaure em mim o amor pela tua
obra”. Então senti Deus me dizendo
“Agora você entendeu, está pronto. Vai que serei com você”.
Primeiro CD |
Metal Nobre – Em fevereiro de 1997 eu, Eudes
(bateria), Wellington Sousa (guitarra) e Carlos (baixo) montamos a “JT e Banda”.
Um mês depois Carlos deixa a banda e é substituído por Kenney Gouveira que
viria a se tornar um inseparável parceiro em toda a trajetória da banda. Logo
em seguida Eudes sai da banda, por motivos de trabalho, e entra Maurício
Barbosa com toda a sua surpreendente criatividade. Logo em seguida Wellington
pede para sair, e por sugestão do Kenney entra Pedro Pantoja dando assim início
às composições das músicas do primeiro CD. Mas, faltava o nome definitivo então
um dia Kenney sonhou que estávamos tocando e viu o pastor Silvério Perez
esticava a camiseta para ele onde estava escrito “Metal Nobre” e ele falava
“esse é o nome da banda porque vocês são ouro para Deus”.
Produzimos uma demo e, rejeitados por
uma gravadora cristã, partimos para a produção independente do nosso primeiro
CD. Em abril de 1998 aconteceu o lançamento do CD Metal Nobre, e a música Cálice se destacou como a mais tocada
nas rádios evangélicas de Brasília.
Em setembro de 1998 sai Maurício
Barbosa e Adriel Sorriso assume a bateria com muito entusiasmo. Gravamos então o segundo CD com o título “Revelação”
pelo selo Salmos, o que projetou a banda no cenário nacional. Lançado em
novembro daquele ano o disco alcançou a incrível marca de quase mil cópias
vendidas em apenas duas horas. Com produção impecável, “Revelação” vendeu 30
mil cópias em um ano e a música Louvai
foi exaustivamente executada pela maioria das rádios evangélicas do Brasil.
Pedro Pantoja se desliga da banda em
setembro de 2000 e entra Leonel Valdez trazendo seu estilo próprio e uma rica
experiência de estúdios e turnês. Lançamos ainda naquele ano o álbum “Metal
Nobre III” alcançando a marca de 10.000 cópias vendidas em menos de seis meses. As músicas Vou Confiar, Apocalipse e Sevo de Deus já estavam prontas e gravadas e eu tinha as melodias, mas não as letras. Deus foi me dando uma a uma e fechamos o CD no prazo determinado. Com esse disco a banda se consolida nacionalmente no cenário Rock Cristão.
Em 2002 gravamos ao vivo em Taguatinga – DF o CD e DVD “Nas Mãos do
Senhor” com a presença de 25.000 pessoas
ao ar livre. Após 4 mil CDs vendidos de
maneira independente, assinamos com a Gospel Records que lançou e distribuiu CD e DVD pelo seu selo.Outubro de 2002 foi marcado pela
saída de Kenney Gouveia, uma mudança muito difícil para mim, mas a chegada de
Daniel Gomes de Paiva tocando de maneira única e com uma performance de palco
muito louca, injetou novo gás nas apresentações da banda. Finalmente chega o que faltava, o tecladista Hirion Jr., valorizando as
baladas.
Em 2003 Leonel sai da banda e Pedro
Pantoja volta com toda força participando ativamente da gravação do CD "Ao Teu
Lado”, lançado em 2005 e mais uma vez, cuidadosamente produzido por Marcos
Pagani e Richie Santiago no Orbis Studio.
Um ano de espera para seu lançamento, somando a mais 3 anos que passamos
aguardando a gravadora se recuperar financeiramente, foram 4 anos sem disco.
Isso acaba com a agenda de shows de qualquer artista, foi um período de muita
luta e perseverança. Logo após o
lançamento a agenda voltou a encher e a banda vai mais uma vez para a estrada.
Ao findar o contrato com a gravadora
em 2006 optamos pela não renovação e pela busca de um trabalho
independente. Pedro Pantoja mais uma vez
sai da banda e a entrada de Juninho di Sousa traz um som mais atual e contemporâneo.
Por motivos internos ainda neste ano saem todos os músicos da banda. Fiquei só
e achei que seria o fim.
Não demorou liguei para o Luiz (ex
auxiliar de bateria) para segurar as baquetas. Ele tremeu um pouco nas bases
mas, topou e mandou bem na parada. Leonel aceitou a convocação de pronto e
Kenney voltou muito empolgado e ainda
trouxe o seu filho para fazer guitarra base. Fomos mais uma vez para a estrada
e demos início ao projeto do sexto CD. Com a produção de Pingo (guitarrista da
banda “Supernovavida”) gravamos o CD “Alta Voltagem”. Já o DVD foi gravado
durante shows em Taguatinga-DF, Manaus-AM, Corrente-PI, Frutal-MG, Aparecida de
Goiânia-Go e São José do Rio Preto-SP e
com a formação JT, Leonel, Hirion, Daniel Ulisses, PH, Luiz Coiote e em participação
especial: Diego, batera da banda “Virtud”. Foi um momento enriquecedor para todos.
"Made in Brazil" foi o nosso segundo DVD e trouxe canções do CD "Alta Voltagem", além de alguns clássicos da banda comemorando os quinze anos do grupo. Lançado de forma independente chegou a ser indicado ao prêmio de Melhor DVD no Troféu Promessa de 2012. No momento estamos em fase de composição para o repertório do próximo CD.
Com certeza que Brasília é a Capital do Rock sim! Eu já
estive em praticamente todos os estados do Brasil e, sem desmerecer os outros,
Brasília é, sem dúvida nenhuma, a Capital Eterna do Rock em todas as suas
vertentes.
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